Já está disponível para download, a edição do Jornal Vórtice, edição de abril/2020.
Esta edição traz, como matéria de capa o tema PSICOMETRIA.
Entre outros assuntos, tem uma coluna "Jacob Melo responde", respondendo à pergunta: "Como devemos agir nos atendimentos à distância?"
Também traz um importante editorial, cujo teor transcrevemos a seguir, com referência às mensagens mediúnicas advindas neste momento de crise com que a Humanidade se depara.
EDITORIAL
Em tempos de calamidades é comum a busca por respostas do céu que expliquem a ocorrência, além de trazer consolação e tranquilidade às aflições daqueles que se acham diante dos flagelos.
No momento mundial em que vivemos configurado pela COVID-19, surgem vários Espíritos e médiuns dispostos a esclarecer a situação e levar paz aos corações angustiados. Porém, em meio às mensagens espirituais que realmente trazem um cunho de elevação e sabedoria, que verdadeiramente esclarecem e consolam, há uma “nuvem” de supostas comunicações dos Espíritos eivadas de misticismos e de notícias catastróficas, de noções que se estudarmos melhor as orientações de Allan Kardec, facilmente identificaremos os seus erros.
Escreveu o codificador:
Jamais a ignorância imitará o verdadeiro saber e jamais o vício imitará a verdadeira virtude. Em qualquer ponto, sempre aparecerá a pontinha da orelha. É então que o médium, assim como o evo- cador, precisam de toda a perspicácia e de toda a ponderação para destrinçar a verdade da impostura. Devem persuadir-se de que os Espíritos perversos são capazes de todos os ardis e de que, quanto mais venerável for o nome com que um Espírito se apresente, tanto maior desconfiança deve inspirar. (KARDEC in O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. XXIV).
Mas não são apenas as comunicações assinadas com nomes veneráveis que devemos analisar. Todas as comunica- ções espirituais devem ser examinadas friamente, racio- nalmente, sem que nos deixemos levar pelas emoções que neste caso não são boas conselheiras. Segundo Kardec,
Pode estabelecer-se como regra invariável e sem exceção que — a linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham chegado. Os Espíritos realmente superiores não só dizem unicamente coisas boas, como também as dizem em termos isentos, de modo absoluto, de toda trivialidade. Por melhores que sejam essas coisas, se uma única expressão deno- tando baixeza as macula, isto constitui um sinal indubitável de inferioridade; com mais forte razão, se o conjunto do ditado fere as conveniências pela sua grosseria. A linguagem revela sempre a sua procedência, quer pelos pensamentos que expri- me, quer pela forma, e, ainda mesmo que algum Espírito queira iludir-nos sobre a sua pretensa superioridade, bastará conversemos algum tempo com ele para a apreciarmos. (KARDEC in O Livro dos Médiuns, segunda parte, cap. XXIV).
Temos visto nos últimos tempos comunicações que revelam um conhecimento precário a respeito das “coisas” espirituais, mensagens que só podem ter saído da mente de médiuns vaidosos, dispostos a se autopromoverem ou de Espíritos pseudo-sábios que agem com a intenção de enganar e que apenas aguardam aqueles que, incauta- mente, lhes dê ouvidos.
Poderia citar aqui alguns exemplos de mensagens deste tipo que têm sido veiculadas nas redes sociais, mas isso fugiria ao propósito resumido desse texto. Deixo aos leitores o interesse em ler com mais cuidado as orientações de Allan Kardec e que as coloquemos em prática de modo a não colaborar com a veiculação de ditados mentirosos e fanáticos.
Fonte: Jornal VÓRTICE, edição nº 10, março/2020.
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